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Angola perde 5,2 mil milhões de euros com petróleo barato e precisa de rectificativo, diz Eaglestone


A consultora Eaglestone prevê que a descida do preço do petróleo vai originar uma quebra de 5,2 mil milhões de euros no orçamento de Angola, equivalente a 7,4% do PIB, levando a um orçamento rectificativo

“Os nossos cálculos mostram que as receitas poderão ficar 35% abaixo da meta prevista para este ano caso o preço médio do crude seja de 25 dólares, e não os 55 dólares por barril previstos no orçamento, o que representa uma quebra na receita de 5,6 mil milhões de dólares [5,2 mil milhões de euros], ou 7,4% do PIB previsto para este ano”, lê-se na nota de análise ao impacto da descida do preço do petróleo nas finanças de Angola

Na análise, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, o economista-chefe da Eaglestone escreve que “os últimos dados mostram que o sector petrolífero representou mais de 96% das exportações do país, dois terços dos quais vão para a China, e 60% das receitas públicas no ano passado”, o que significa que, “caso se venha a prolongar, este nível de preços bastante mais reduzido poderá ter fortes repercussões nas receitas públicas e na economia angolana”

Para Tiago Dionísio, “a actual conjuntura com preços do petróleo mais baixos deverá levar o Governo a apresentar um orçamento rectificativo para 2020, onde possivelmente irá incluir uma forte redução (e/ou repriorização) da despesa pública”, podendo igualmente “acelerar os esforços de obter mais receitas do sector não petrolífero, anunciar novos financiamentos junto de instituições multilaterais e/ou emitir dívida nos mercados internacionais”

De acordo com o documento, o cenário mais provável é um misto destas medidas “tendo em conta que um corte agressivo na despesa iria prejudicar a actividade económica, que já se encontra muito fragilizada, enquanto recorrer maioritariamente à emissão de dívida iria pôr mais pressão no já elevado nível de dívida pública, cerca de 100% do PIB”

O aumento das taxas de juro exigidas pelos investidores, que subiram significativamente nas últimas semanas, deverá fazer o Governo “aguardar até que as condições nos mercados financeiros”, mas isto “coloca mais pressão nos países dependentes do petróleo como Angola”

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