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Ango Real despediu mais de 100 trabalhadores


A empresa privada de transporte rodoviário Ango Real despediu, até ao final do ano passado, mais de 100 funcionários por causa das dificuldades financeiras e operacionais e, este ano, pode voltar a reduzir o número que é de cerca de 500 trabalhadores
 
Segundo o director para a área técnica e operações da empresa, Daniel Leão, a suspensão dos trabalhadores seguiu os requisitos da Lei Geral do Trabalho. “Aquilo que é devido a empresa cumpriu e continua a cumprir neste momento com alguns salá- rios em atraso. Os direitos estão salvaguardados e não há problemas neste aspecto”, garante
 
A transportadora está a operar com apenas 35% da sua capacidade há mais de um ano, por causa de várias dificuldades, sendo o maior problema a “complexidade” para importar peças e acessórios da China. A aquisição no mercado interno “não é a solução por causa da subida vertiginosa dos preços e pela falta de qualidade das peças”
 
A empresa chegou a ter em circulação, para as viagens interprovinciais, cerca de 70 viaturas por dia. Hoje apenas funciona com 24. “Temos estado a gerir o assunto com base no mercado. Com algumas limitações. Não consegui- mos fazer o que era ideal, que é manter o funcionamento normal e satisfazer a demanda”, justifica Daniel Leão
 
Antes da dificuldade de acesso às divisas, explica o responsável, havia acessórios que custavam entre 50 e 70 mil kwanzas e hoje são encontrados em valores que chegam aos 200 mil kwanzas. “Isso não é possível para um órgão como o nosso. Não havendo a contrapartida de termos meios ou valores acessíveis em função das nossas necessida- des, vai ser muito difícil mantermos a empresa”, desabafa

ESTADO DEVE MAIS DE CINCO MILHÕES DE DÓLARES
 
O Estado deve à Ango Real mais de cinco milhões de dólares. A dívida tem mais de cinco anos e tem que ver com a disponibilização de meios para algumas empresas públicas, como a TCUL. “Como concessionários, na altura, for necemos viaturas para o Estado cuja situação ainda está em dívida pública. Se tivéssemos recebido esse valor, talvez conseguíssemos manter melhor a nossa frota funcional. Até hoje estamos à espera. Não recebemos o que devíamos receber”, lamenta, acrescentando que a situação criou “um vazio muito forte” na empresa

 

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